Como no caso do Puma de Campêlo, há cenas que marcam definitivamente a memória dos fanáticos por carros! Algumas vezes pelo design ou raridade, outras pelo desempenho ou ainda por alguma ação exótica e inusitada.
Nisso baseia-se a série " carros que marcaram"!
Maverick Centauro
Não conheço o dono - quem identificar por favor avise - nem o destino do impressionante Centauro grafite escuro que vi em ação nas épocas aúreas - e underground - das incursões de domingo à noite na Barra.
No início dos anos 1980 o point dos famosos cavalos de pau mudava na ritmo da repressão policial. Naquela noite acontecia na larga Rua Miguel Burnier, em frente à atual Perini. Estava assistindo o "desfile" dinâmico de Brasílias - recordistas em número naquela época - Variants, Bugres, Opalas, etc, executando as ruidosas manobras com maestria - outras nem tanto - e atento à uma possível correria causada pela chegada de viaturas.
Foi quando vi - pela primeira vez - a remodelagem feita nos Mavericks por uma empresa de Pernambuco: o Centauro! detalhes abaixo
Ao contrário dos outros carros, entrou na "passarela" muito devagar, com a elegância garantida pelo sinfonia característica e arrepiante do motor V8, possivelmente mexido. Parou bem no meio da rua, gerou "aquela" expectativa, virou a direção lentamente, aumentou a rotação da usina até o ronco virar um berro e liberou a cavalaria!!! Parecendo um compasso, a frente fincou o asfalto liso enquanto as rodas traseiras desenhavam zeros perfeitos - acho que foram três ou quatro - decorados com a intensa fumaça dos pneus.
Claro que não é novidade hoje em dia, mas, foram os primeiros "zerinhos" que presenciei, com um carro exótico e impressionante, uma "trilha sonora" empolgante e um resultado visual surpreendente. Foi realmente uma experiência ímpar e inesquecível.
Soube depois - não sei se é verdade - que a manobra tinha destroçado o câmbio e que a polícia tinha ido buscar o Centauro dentro da oficina. Quem souber, por favor comente!
Decorauto Produções - PE
O Centauro foi um projeto independente da Decorauto de Pernambuco, desenhado por Carlos Alberto Correa. Ulilizava a estrutura central do Maverick, complementado com peças em fibra de vidro. Podia ser comprado pronto ou ter a transformação encomendada, bastando enviar o veículo doador.
Só o teto do Maverick podia ser reconhecido. O design, hoje discutível, realmente impressionava, talvez pelo ineditismo. Clara inspiração dos muscle cars americanos (ou australianos), cuja proibição de importação ainda era recente. As rodas de aro pequeno, desproporcional à lateral de fibra - observem a carenagem que cobre parte do vidro traseiro - me parecem o principal motivo para a falta de equilíbrio no visual.
A lanterna traseira, grande e desproporcional, afetavam o resultado. A frente da primeira versão era bonita, mas depois inventaram uma grade que estragou o conjunto.
Eu tinha um folder do fabricante. Caso localize, anexo em outra postagem.
Mencionei a Ford Australiana por causa da semelhança com o carro de Mad Max I e II, um modelo Falcon! Concordam?
O Interceptor de Mel Gibson - Mad Max I e II
Hoje seria um crime - e uma loucura - cortar um Maverick, mas na época eles eram abundantes e já começavam a desvalorizar. Passei muitos anos tentando reunir recursos para montar um, procurei até Mavericks combalidos, mas o preço da exclusividade era muito alto.
Não sei se há remanescentes.
Quando estava procurando um Maverick para mim, por volta de 2003 ou 2004, encontrei este Centauro à venda em Salvador. O carro era tratado como o Batmóvel e na garagem em que ficava havia o simbolo do Batman na porta.
ResponderExcluirPertencia a um advogado de nome Franklin que morava na Barra e que acabou fazendo negócio no carro com Herman que tinha uma empresa em Simões Filho.
Herman retirou o Kit Centauro e pretendia recuperar o Maverick, retornado-o à originalidade, mas até onde sei parece que não concluiu o serviço e passou o Maveco adiante. Talvéz Dedê que trabalhava com Gilberto saiba do destino do caro, pois conhecia Herman e Franklin.
Um abraço,
Ivan Maron
O centauro de que vc falou era de Ricardo filho do Dono dos Biscoitos Tupy que na epoca mandou fazer a transformação num maverick zero Km.
ResponderExcluirAnos depois uma amigo meu o comprou mais com a pintura queimada,já bem acabado e com motor trocado por um 4cc de opala...largado numa garagem de uma casa na pituba em que passavamos sempre quando voltavamos do colegio Aguia, ele pintou de azul metalico claro e não mexeu muito no interior, mais fomos e voltamos varias vezes da escola com ele e embora não tivesse a performance do V8, ele deu varios zerinho comigo no carona....podia não ser o carro perfeito, mais a frente dele ainda hoje é fantastica e com um estilo unico, já que não foi copiada de nenhum carro e sim uma inspiração de um camaro, mais com linhas mais aredondadas, e como tocou no assnto do carro do mad max, acredito que o centauro foi feito bem antes do filme!!
Já o centauro de Franklin da barra ele mesmo que arranjou as peças do centauro e foi transformando aqui em Salvador, não foi um centauro original da fabrica, conversei com ele algumas vezes e vi o carro de perto tambem, faltava algumas coisas do kit original completo do Centauro e tinha alguns excessos visuais criados pelo próprio Franklin.
Yon Yves
Grande Yon,
ResponderExcluirObrigado pelas informações amigo!
O projeto de Carlos Alberto Correa é realmente único, mas imagino que tenha se inspirado nos V8s da época. Mad Max foi feito em 1979, ano em que Correa começou o projeto,sendo que o Ford Falcon Australiano já existia. A Decorauto só apresentou o Centauro em 1981.
A frente do Centauro realmente é fantástica, até a segunda versão cuja nova grade destruiu o resultado harmonioso.
Um grande abraço,
Bem legal as histórias!
ResponderExcluirValeu Vitor!
ResponderExcluirO Centauro, apesar de pouco lembrado, é um dos recordistas de acessos no blog, ocupando a 4ª melhor masrca de todos os tempos.
Um grande abraço,
Carlos Seixas
Olá.tenho um centauro.quero saber quantos ainda existem
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