domingo, 27 de junho de 2010

Gente que preserva (01) - Edson Brandão

Edson Brandão

Mais uma nova série, que pretende apresentar um rápido perfil das pessoas que fazem o antigomobilismo acontecer!

Não se enganem, em cada colecionador há um pouco de historiador, que utiliza sua paixão para preservar uma fração da significativa história dos transportes, motorizados ou não.

Alguns desinformados afirmam, depreciativamente, que os antigos são "coisas de museu". Imaginem como estariam as nossas jóias se dependessem exclusivamente de museus como o de Ciência & Tecnologia (Av. Jorge Amado) - que quase acaba com o Clement Panhard, o carro mais antigo do Brasil - ou da Ulbra (RS), que teve o acervo leiloado para cobrir uma imensa distorção nas finanças!

Nada contra os museus, claro, mas acredito que a exclusividade seria danosa para o segmento.

O importante é que a dedicação desses "loucos" cria condições favoráveis para o resgate de verdadeiras jóias e, mais importante ainda, ajudam a democratizar o respeito, o conhecimento e a paixão por essas máquinas maravilhosas. Indiscutível o efeito gerado pelos "museus intinerantes a céu aberto", também conhecidos como Encontros e Exposições de Veículos Antigos!

Encontro em Feira de Santana - Dez 09

Ao contrário das outras séries, desta vez foi fácil escolher o primeiro protagonista: Edson Brandão.


A razão desta facilidade é, além do carisma, a enorme influência que Edson exerceu em minha própria paixão pelo antigomobilismo! 

Esposo de Angélica, minha irmã, foi o responsável pelo meus primeiros passos no automobilismo de fenda (autorama), plastimodelismo (Revell e cia) e no automodelismo de escala (miniaturas), presenteando-me com alguns exemplares que trouxe de uma viagem ao Velho Continente. 

Tenho todos até hoje, inclusive os dois protótipos Bertone que ilustrarão futura postagem.

Uma curiosidade: foi pioneiro, aqui em Salvador, em outro esporte que virou mania nacional - o skate. Tendo visto alguns skatistas em Paris, durante a viagem já mencionada, cortou alguns patins de hockey e parafusou numa tábua com formato de prancha. Íamos ao asfalto "tipo tapete" do Horto Florestal e passávamos a noite descendo naquele "improvável brinquedo", iluminados pelos faróis do Fuscão 73 amarelo - conduzido por Angélica, feliz em treinar para a obtenção da carteira de motorista - que servia também de ajuda para subir as ladeiras, bastando pongar no para-choque traseiro.

Depois montou uma incrível Brasília, azul comodoro, que protagonizou algumas passagens marcantes na minha memória de adolescente. 

As rodas aro treze, tão largas que ultrapassavam os para-lamas, eram a tendência da época. O rebaixamento da suspensão, os bancos Procar e o painel repletos de instrumentos VDO completavam o pacote.

O outro desafio foi uma Honda CB 500 Four, em péssimo estado, que desmontou até o último parafuso e recuperou em cada detalhe. Ficou perfeita, atestando o avançado grau de infestação do vírus da ferrugem.

Depois de uma série de carros mais tradicionais, voltou-se para o antigomobilismo, dessa vez por influência inversa: gostou de um MP que recebi numa troca e adquiriu seu proprio exemplar, um 73 preto caindo aos pedaços. Perfeccionista, partiu para uma criteriosa restauração, adquiriu e reformou outro MP menos combalido (Verde 79)...


... e finalmente localizou uma "mosca branca" em Feira de Santana - um Santa Matilde conversível - também bastante desgastado e logo recuperado. O MP preto está em fase de conclusão.


Extremante detalhista e paciente, executa a maioria das intervenções pessoalmente, sendo responsável por exemplo pelos painéis - em rádica - dos MPs e do meu Jeep, verdadeiras pérolas do artesanato.





Vale ressaltar o incondicional apoio de Angélica às ações de Edson, isso para não falar da irrestrita adesão às atividades do Veteran Bahia. 

Para quem não reconheceu o protagonista da série, por causa do bigode, outra foto do casal Veteran: Angélica e Dinho ... ou Fofinho!!! Mas isso é outra história.

Um comentário:

  1. Ulisses Britto Junior27 de junho de 2010 às 19:20

    Fofinho, ou melhor, Dinho, ou melhor, Edson - VOCE É MEU IDALO.

    Edson é o cara. Bota pra quebrar nos detalhes, tem muito bom gosto e paciencia pra conseguir um resultado final impecavel.

    ResponderExcluir