Do Chile à Bahia ... de Kombi
Um encontro casual, alguns cliques improvisados com o celular - desculpem a qualidade - e uma aventura digna de registro.
Como protagonista, uma valente Kombi Camping, fabricada em 1980 na Alemanha e exportada para o Chile. Para os fãs do modelo, o mais longevo da marca aqui no Brasil, uma bela oportunidade de conferir alguns detalhes realmente curiosos.
A forma tradicional da perua VW, alemã lembrem-se, sofre poucas modificações externas mesmo após adotar a configuração "motor-home". Esse modelo, mesmo sendo de 1980, parece mais moderno e anguloso do que as nossas Kombis atuais. Notem a tomada de força elétrica na lateral, importantíssima nos momentos de acampamento.
O motor foi modificado para o nosso "conhecido" AP e mantida a caixa de marcha original. Aspas no conhecido por causa da fabricação, também germânica. O painel não guarda qulaquer semelhança com os "nossos".
Sobre o teto - em fibra de vidro - estepe duplo e reservatório de água para cozinha e banho. No interior, vários armários - todos os cantos são bem aproveitados - geladeira, fogão e pia.
A solução mais criativa para a falta de espaço é o "quarto" de casal, que surge no teto após o levantamento - assistido por amortecedores - da parte frontal do casco de fibra. As laterais da "barraca instantânea" são em lona, e a porta - selada por ziper - também fica virada para a frente.
Essa engenhosa formatação também resolve o problema da limitada altura, para que os usuários possam utilizar a "sala" com relativo conforto: é que a base do colchão pode ser recolhido para o fundo da Kombi, gerando espaço para que as pessoas possam ficar de pé no interior do veículo durante o dia.
Um carro realmente instigante, e raro - mesmo no país de origem - segundo o casal que "habita" essa verdadeira casa sobre rodas. É aqui que a história fica ainda mais desafiadora e interessante. Para os mais distraídos, vou repetir o adesivo do início da postagem!
A intenção do jovem casal de aventureiros era chegar ao Alaska, num misto de ano sabático com lua de mel. Para tanto, abandonaram seus empregos na engenharia e, aproveitando o percurso, tornaram-se voluntários/divulgadores de uma importante campanha em prol das vítimas do terremoto no Haiti, organizada pelos Jesuítas.
Infelizmente a conhecida "aerodinâmica" da Kombi não tem permitido o ritmo necessário para completar o percurso no tempo disponível. Os jovens chilenos estão pensando em vender a veterana ou mandá-la de volta ao Chile, e experimentar formas alternativas de transporte para concluir o projeto.
Alguém se habilita?
Desconheço os trâmites para a devida documentação, mas, caso alguém se interesse, pode utilizar o espaço de comentários para enviar o endereço eletrônico, que imediatamente repassarei aos viajantes.
Quem sabe ela participa do próximo Encontro Mensal de Veículos Antigos - Veteran & Convidados, que homenageará os utilitários!
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