Quais as vantagens do automodelismo de escala? Qual a graça de colecionar miniaturas em metal, sem poder acelerar os carros - ou outros veículos - de verdade? Coleciono desde sempre e, apesar de reconhecer algumas limitações, posso garantir que as vantagens são muitas! Para não exagerar, citarei apenas quatro: paixão pelo design, custo, espaço e acessibilidade.
O design é óbvio! Poder admirar as linhas de um carro em todas suas faces é uma vantagem indiscutível, muito superior às duas dimensões de uma foto ou imagem.
Também óbvia é a questão do custo, mesmo quando falamos de exemplares especiais, como a tiragem limitada do Carcará que comemora os 44 anos do primeiro recorde brasileiro de velocidade em linha reta (mil reais a unidade - rapidamente esgotada).
A questão de espaço é fundamental, afinal, conheço coleções com mais de 10.000 peças. Todos sabem a dificuldade de conseguir uma vaga de garagem, imaginem então se essas coleções fossem em escala real!
Porém, acredito que a mais importante é a acessibilidade: alguns modelos são inatingíveis, seja por antiguidade, raridade ou até inexistência. Cito novamente o Carcará original (futura postagem), vendido para o ferro-velho a preço de alumínio.
Por tudo isso inicio uma nova série - miniaturas - que pretende unir a "mania de carrinhos" com a história dos "carrões". A estreia recai sobre um dos meus primeiros exemplares, presente de Edson Brandão:
Runabout de Bertone.
Ele se parece com um bugre, um carro esporte e uma lancha ao mesmo tempo! É um exercício de estilo executado pelos designers do Stúdio Bertone, que liberaram a imaginação sem a preocupação com convenções obrigatórias para os automóveis. Enfim, um protótipo apenas para experiências e exibições, sem viabilidade para fabricação em série (lembram da questão da acessibilidade?). O pára-brisa muito baixo, os faróis no santantônio e a falta de retrovisor externo são alguns dos ítens que comprovam a impossibilidade do uso normal.
Quatro Rodas
Como experiência, o Runabout testava conceitos que poderiam ser utilizados em carros do futuro. Os para-lamas por exemplo eram trocáveis e poderiam se adaptar a largura e tala dos pneus usados. Montado com mecânica do Fiat 128 sobre o eixo traseiro, bastou inverter a posição do pinhão e coroa no diferencial para transformar a tração dianteira em traseira.
Quatro Rodas
A revista Quatro Rodas teve acesso ao protótipo e escalou nada menos do que Emerson Fittipaldi para o teste. O que mais chamou a atenção de Emerson foi a falta de instrumentos - reduzido a luzes espia e um único módulo parecendo uma bússola - e o pára-brisa baixo, reforçando a aparência de uma lancha. O efeito estético foi considerado excelente.
Emerson na Quatro Rodas
Esses protótipos não servem apenas para divulgação. Inclusive o Runabout serviu de base para o estilo de um novo carro da Fiat que por sua vez serviu de inspiração para uma réplica brasileira. Aproveito a deixa para lançar o terceiro, e mais difícil, desafio: de que carros estamos falando? Os acertadores estrão concorrendo a mais um brinde (uma miniatura de F1) e o prazo final é 16 de julho (quinta-feira).
Participem!